E perante esta consciencialização, tornou-se primordial disponibilizar não só ao doente, mas como também aos restantes membros da sua envolvência pessoal e familiar, um sítio onde todos se possam reencontrar, sentir alguma paz, serenar os seus medos, conhecer outras pessoas que vivenciam as mesmas realidades e terem assim quem os compreenda e comunique através da mesma linguagem.
Acima de tudo, serem eles próprios sem terem de se camuflar em estados de espírito de total disfarce. E é justamente para os ajudar a saírem desta realidade, nem que seja por breves momentos, que a associação criou um espaço que apresenta todas as condições de bem-estar e relaxamento e que, gradualmente, os ajude a transformar a sua dor em amor.
Impacto na sociedade (nota da fundadora)
Ser uma agente compassiva de uma comunidade oncológica faz-me acreditar que, com este projeto, tenho muito para desenvolver, não sozinha, mas com a ajuda de uma equipa bem estruturada e de espírito altruísta. Assim, de forma natural, poderemos criar uma rede de suporte compassiva, não só para a comunidade oncológica, como também para toda a humanidade em geral!
Pela aplicação prática que tenho vindo a desenvolver dentro dos meus ideais compassivos, éticos e morais, faço para cumprir, de certa forma, tudo aquilo a que o edifício da escola de ensino primário (imóvel da nova sede da Associação), que há muitos anos foi construído, nasceu para fazer – o de ensinar.
Ensinar as pessoas a serem mais elas próprias, a se redescobrirem como seres únicos, especiais, capacitantes e confiantes, a enaltecer e a celebrar a vida que cada pessoa com doença oncológica tem, ainda que o desfecho pela morte possa estar por perto, pois afinal ter-se um cancro não é sinónimo de se deixar viver.
A desmistificar preconceitos, a quebrar estigmas ligados ao tema da morte, a aproximar as pessoas pelo bem e pela compaixão que sentem umas pelas outras, criando assim uma rede de conexões muito mais profunda do que as coisas superficiais que as separam.
Fundamentalmente a ensinar a ver a vida como um todo, que o mistério do portal do nascimento é igual ao mistério do portal da morte, que na verdade parecem dois mundos separados e diferentes, mas não, a diferença está somente nas diferentes formas e capacidades que cada um possui em os ver!
Em suma, este projeto tem a missão de redirecionar a atenção de cada um para a realidade da vida. Nasce-se e morre-se e, nos entretantos, há-que se saber vivê-la com consciência e em amor.
É verdade que o projeto já foi uma semente em forma de sonho plantada com muita esperança, e cuidada com muita dedicação e persistência, o que depressa a fez brotar numa linda e singular árvore e, agora, no presente, com a ajuda de todos, já revela boas evidencias de se encontrar bem edificada, a florescer e a dar bons frutos.
O sonho materializou-se e agora é só nutri-lo com muito amor de todas nós!
Sandra Matinhos – Presidente da APC
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