Uma história de vencedor

 

 

A história da minha vida não remete a uma virada surpreendente tal como a história de vida do Geraldo Rufino, que saiu de uma situação de extrema pobreza e se tornou um empreendedor de sucesso. Posso dizer que me tornei um vencedor, não por acumular bens materiais (o que claro, é muito bom) mas sim por construir uma família maravilhosa, onde o amor, a cumplicidade, o respeito e a obediência são os alicerces de nossa convivência feliz e harmônica. Sou muito feliz por isso. Digo isso porque minha vida tinha tudo para dar errado, mas eu creio que Deus intercedeu no meu destino em resposta às minhas orações. Desde muito pequeno, sempre tive o hábito de conversar com Deus, de agradecer por tudo e pedir por mim e por minha família. Sempre fui grato, nos bons e maus momentos.

 

Vou compartilhar com você a minha história. Tentarei resumir, ser o mais sucinto possível para que não fique um relato longo e cansativo. Vamos lá!

 

Me chamo Luiz Fernando ou apenas Fernando para os amigos. Nasci na cidade de Campos e vim, ainda bebê com minha família, meus pais e dois irmãos mais velhos, morar em Niterói em busca de melhores oportunidades de emprego para o meu pai que era motorista de caminhão/ônibus. O que por sinal, ele fazia muito bem, quando estava sóbrio. Com meu pai desempregado não tínhamos condições de pagar aluguel, então, moramos de favor na casa de uma tia-avó.

 

Até os 7 anos de idade, tive uma infância como de qualquer outra criança. Brincava muito, jogava futebol no campinho, andava de bicicleta (emprestada dos amigos, pois não tínhamos condições de comprar uma), jogava bola de gude, entrávamos clandestinamente em uma propriedade para pegar goiabas, jamelão, jaca e muito mais. O dono, quando nos descobria, dava tiros com uma espingarda de sal, mas nunca acertava. Acho que era somente para nos botar para correr mesmo (risos). Era muito divertido.

 

Essa parte da minha infância aconteceu na Comunidade do Viradouro, no bairro de Santa Rosa, o mesmo bairro que deu origem à Escola de Samba Unidos do Viradouro. Lá, vivi momentos que marcaram minha vida: as ótimas amizades e os momentos de tristezas também. As lembranças estão um pouco desbotadas pelo tempo, mas muito vívidas na minha cabeça. Lembranças de uma doença que consumia o meu pai, que transfigurava um cara amigo e parceiro em uma figura odiosa, temível e extremamente agressiva. Lembrança de quando ele chegou em casa totalmente alcoolizado, à noite, e incomodado com os latidos do meu cachorro Rex, o pegou pelas patas traseiras e esmagou seu crânio contra a mangueira. Pela manhã, as marcas de tamanha violência ainda estavam lá, no tronco da árvore.

 

Vejo imagens em flashes, rápidas e curtas de minha mãe sendo brutalmente espancada, pedindo por uma ajuda que nunca chegava, mas que sofria os horrores das agressões sem ceder ao que motivava o meu pai cometer tais atos: dinheiro – as poucas economias que seriam usadas para comprar o mínimo para alimentar a mim, meus dois irmãos e a minha irmã de apenas 1 ano de idade. Me lembro que quando criança, eu não tinha medo de bicho papão, de escuro ou do velho do saco. Meu maior medo era ver o meu pai chegar em casa cambaleando, com a voz arrastada, transformado em algo que eu não entendia, alguém que eu não reconhecia e que era tudo, menos o meu pai. Não era aquele de quem tenho lembranças coloridas, que me carregava nos ombros, me levava em suas viagens na boleia do caminhão, me presenteava com camisas com frases do tipo “Estive em Recife e lembrei-me de você”… sim, eu tinha muito medo.

 

Certo dia, estava em sala de aula, tranquilo e feliz. A professora tia Elizabeth havia nos dado uma tarefa e teríamos que terminá-la antes do recreio. Lembro-me que cursava o segundo ano do primário, tinha 8 anos de idade. A porta da sala se abriu e fui surpreendido pela diretora do colégio que me chamava pelo nome e dizia: “Você tem que sair rápido!”. Assustado, levantei-me da minha cadeira e não tive tempo, nem mesmo de levar o meu material. Saí da sala deixando minha lancheira, meu lápis, minha tarefa inconclusa e meus amigos que, se tivessem o entendimento que estava partindo, talvez teria pedido para me despedir de cada um deles.

 

Em frente a escola, já estavam minha mãe, meus irmãos e um táxi. Um carro grande e azul, onde um homem gordo e arfante ajeitava no bagageiro algumas trouxas de roupas, bolsas entre outras coisas. Entrei no carro e no banco de trás vi o veículo se distanciar da escola, da rua do bairro, dos meus amigos, de tudo que era importante para mim… pensei no meu lápis, que era novo, acabara de ganhar. Era um lápis diferente de todos, era único. Nele estava escrito “lembranças do Recife”. Naquele instante desejava apenas uma borracha, uma borracha mágica que pudesse apagar aquele capítulo da minha vida.

 

Chegando ao nosso destino, após uma fuga abrupta, tentei acreditar que algo novo estaria por vir, que todo o sentimento de medo e incerteza teria ficado para trás. Então, eu buscava na face da minha mãe qualquer traço ou expressão que confirmasse essa previsão, eu precisava ver um sorriso, discreto que fosse, mas para minha tristeza isso não aconteceu.

 

Meses sem dor, sem pânico e sofrimento, ainda assim, sem sorrisos. Minha mãe era uma mulher humilde, tinha estudado pouco. Era o suficiente para ler e escrever, trabalhava como diarista em tempo integral, ganhava muito pouco e, por isso, tínhamos apenas uma refeição por dia – quase sempre – o almoço. A janta, somente quando visitávamos algum parente, porém nem sempre era possível. Foram muitas noites que dormimos de estômago vazio. 

 

Certo dia, fui para a escola em jejum forçado e depois de uma noite e uma manhã inteira sem me alimentar, desfaleci e fui levado para o posto de saúde que ficava próximo a escola. Não estava doente, estava com fome. Diante dessa situação, minha mãe aceitou o pedido de desculpas do meu pai que há algum tempo tentava uma reaproximação e, sob juramento de que jamais voltaria a beber, ele disse, categórico: “Quero morrer se um dia quebrar minha promessa”.

 

A família estava novamente reunida: minha mãe, meu pai e meus irmãos. O mais velho se chamava José Luiz (13), o do meio Jô (11), Simone, a caçula (6) e eu (10). Estávamos felizes, pois meu pai estava cumprindo com seu juramento de não mais beber. Eu estava muito feliz, poderia voltar a ser carregado nos ombros dele, poderia viajar na boleia do caminhão, poderia me sentir seguro novamente porque o meu pai me protegeria de tudo, traria dinheiro para casa, não sentiria e nem desmaiaria de fome novamente. Nunca mais.

 

Estávamos de partida para outra cidade. Havia uma proposta de emprego para ele, como caminhoneiro, na cidade de São Francisco de Itabapoana, em um bairro rural, chamado Buena que ficava há duas horas da cidade de Campos. Na carroceria do caminhão, espremidos pelos poucos móveis empilhados e bem amarrados para uma longa e cansativa viagem, eu e meus irmãos nos esforçamos para nos manter firmes aos solavancos do caminhão. De onde estávamos era possível ver através do vidro traseiro da cabine. Com olhos curiosos vi meu pai com uma de suas mãos no volante e a outra sobre a mão da minha mãe e, novamente, eu buscava no rosto de minha dela algum sinal ou expressão de felicidade. Sim, ela estava sorrindo… e usava um batom vermelho. Não havia lágrimas, nem hematomas. Satisfeito, me acomodei em um cantinho da carroceria, um pequeno espaço entre um colchão e uma cadeira e adormeci.

 

Não me lembro de ter vivido momentos tão encantadores em toda minha vida. Tinha saudades dos amigos que mal pude me despedir, mas já estava adaptado à nova realidade. Estávamos matriculados na escola, nossa casa tinha um quintal enorme com muitos pés de manga, muitas mangas espada, carlotinha, coração de boi e manga rosa. Tinha pés de goiaba, pitanga, uva, abil, carambola, laranja e tangerina. Tinha também um riacho que corria nos fundos do quintal e nele nós pescávamos e nos banhávamos. A praia ficava a poucos quilômetros dali e íamos a pé. Tantas vezes matamos aula para tomar banho de rio ou brincar na praia e quando éramos descobertos meu pai nos chamava e nos dava uma bronca, apenas isso. Sem surras de cinto ou castigos.

 

Morávamos em uma casa pequena, com três cômodos, porém aconchegante que ficava no mesmo terreno da casa do patrão do meu pai. Esta casa, muito diferente, era grande, vistosa e com muitos cômodos. O dono da propriedade era, por vezes, simpático comigo e com os meus irmãos. Tinha o mesmo nome do meu pai: José. Era natural de Minas Gerais, possuía dois caminhões basculantes que ficavam estacionados próximos ao portão principal. Meu pai dirigia um desses caminhões e, frequentemente, cruzava todo o interior da cidade de Campos transportando matéria prima para as Usinas da Região. Algumas vezes fazia essas viagens com ele. Ficava orgulhoso por ver meu pai dirigindo um veículo tão grande – era muita responsabilidade – pensava comigo. E assim vivemos por um tempo. Estávamos juntos, em família e felizes.

 

Em uma manhã de céu azul, no dia 24 de dezembro de 1976 acordamos cedo, pois era véspera de Natal e queríamos ajudar na limpeza e nos preparativos para as comemorações. Era a folga do meu pai. Ele havia saído com os amigos e logo voltaria para casa com os mantimentos da Ceia. Eu estava muito ansioso, tentando adivinhar qual seria o meu presente: uma bicicleta, uma bola ou uma camisa do Fluminense? Queria muito uma bicicleta, meu sonho, mas para ser sincero, já tinha o melhor de todos os presentes – minha família unida novamente e em paz.

 

Naquela manhã, estávamos eu, meu irmão Jô e minha irmãzinha Simone próximos ao portão de entrada, ao lado de um dos caminhões, recolhendo folhas secas do chão que caiam das enormes mangueiras, a fim de limpar o quintal como havia pedido minha mãe. Meu irmão mais velho, José Luiz, estava do outro lado próximo à casa grande ajudando o Sr. José em outra tarefa. Foi com enorme incredulidade que avistamos nosso pai entrar bruscamente pelo portão aos tropeços e cambaleante. Discutia ferozmente com um dos seus melhores amigos, amigo de longa data e um excelente vizinho. Vi o momento em que meu pai empunhou uma enorme faca e levou ao peito de seu amigo, que diante de tal ameaça se afastou e desistiu de qualquer tentativa de acalmá-lo e dissuadi-lo daquilo que pretendia fazer. Meu pai passou por nós sem mesmo notar nossa presença. Vestia uma camisa branca com botões, a mesma que minha mãe havia passado na noite anterior e calça de tergal cinza. Suas roupas estavam sujas e amarrotadas com algo que parecia ser uma mistura de lama e vômito. Estava novamente alcoolizado e transfigurado. Chorando muito vimos quando foi, trôpego, em direção à porta da casa grande.

 

Sabia que algo muito grave estava acontecendo, mas não entendia e não tinha clareza acerca dos fatos ou o porquê de toda aquela confusão. Com toda minha inocência e mesmo tendo apenas 10 anos de idade podia prever que o desfecho não seria bom. Sabia que o tormento batia novamente à nossa porta. De onde estávamos, eu, Jô e Simone ouvimos uma inflamada discussão entre meu pai e seu patrão e em seguida, um som muito forte, seco, parecido com o som de uma bomba de festas junina, só que mais forte e mais alto… em seguida, um silêncio. Corremos em direção à casa. Meu pai estava caído na frente da porta, de costas para o chão com um buraco em sua testa, de onde jorrava muito sangue, um sangue vermelho vivo em grande quantidade que rapidamente se formaria uma poça em volta de sua cabeça. Os olhos estavam abertos e imóveis como se estivessem fitando o céu. Vejo a cena com muita clareza, mas não consigo descrever em palavras o tamanho da dor que senti e vi nos rostos de minha mãe e irmãos. Vi o Sr. José colocar sua família e alguns poucos objetos na cabine de um caminhão, manobrá-lo apressadamente e ir embora, sumir para sempre daquele lugar. Vi o meu irmão José Luiz estático, sem esboçar nenhuma reação. Ele viu toda a cena desde o início, até mesmo o momento do disparo e o instante em que meu pai tombou contra o chão. Vi minha mãe desesperada pedindo por socorro, sair às ruas tentando buscar ajuda, mas foi sem sucesso. Ninguém se movia, ninguém queria ajudar… por que? Eu não tinha essa resposta.

 

Por duas longas horas meu pai ficou ali caído esperando por uma ambulância ou um outro carro qualquer que pudesse levá-lo ao hospital. Acreditei que estivesse vivo, pois seus olhos estavam abertos e me agarrei a essa esperança. Um pouco depois que um carro da polícia que havia chegado ao local, o recolheu e o levou para um hospital de Campos. Somente muitos anos mais tarde, quando adulto, me dei conta de que ele já havia morrido minutos depois de ser atingido pelo tiro. Foram duas angustiantes horas à espera de socorro e mais duas horas até o hospital. Foi, certamente, a pior noite das nossas vidas. Minha mãe chorava copiosamente e minha irmã também. Lá fora, os fogos de artifício explodiram iluminando o céu e em contraste com nosso momento ouvíamos gritos e saudações de felicidades: era noite de Natal.

 

Estávamos órfãos de pai novamente e, dessa vez, para sempre. O mundo ruiu à nossa volta e nosso chão desabou. O que seria de nós dali para frente com minha mãe viúva, desempregada e com quatro filhos pequenos? Por que isso nos aconteceu? Tentava encontrar respostas para essas perguntas, mas não conseguia. Somente o tempo me mostraria e me daria tais respostas.

 

Na manhã seguinte, estava sentado com minha mãe à beira do riacho nos fundos da casa quando ela me fez uma pergunta: “Você está triste?”. Respondi que não, que estava aliviado, mas não era verdade. Inocente, tentava ser solidário por todo sofrimento pelo qual ela havia passado e, assim, por muitos anos fui consumido pelo arrependimento de tal resposta. Como poderia ter dito aquilo? Quando vi meu pai no chão, imóvel, com todo aquele sangue em volta dele senti uma tristeza e um vazio tão grande. Ele era meu pai, meu herói, minha referência. Eu menti para ela. Chorei por muitas noites, soluçava baixinho e sozinho. Não deixava que percebessem, afinal, “homem não chora” – como sempre dizia meu pai.

 

Voltamos para Campos e ficaríamos morando com parentes até que minha mãe conseguisse um emprego. Foi uma época muito difícil. Nenhum dinheiro e muitas bocas para alimentar, por isso, meus dois irmãos tiveram que nos deixar e voltaram para casa de minha tia-avó em Niterói. Eu e minha irmã ficamos com minha mãe. Essa separação impactou negativamente a minha vida. Ainda machucado pelo que aconteceu em Buena e agora me sentia só, desamparado, não sorria e não brincava. Tinha medo de interagir com outras crianças. Na escola, não falava e chorava por qualquer motivo. Me introverti.

 

Foram três anos longe de meus irmãos, apenas eu, minha irmã e minha mãe. Vivíamos mudando de casa, pois quando não havia como pagar o aluguel éramos obrigados a mudar de endereço. O problema era que, sabendo de nossa condição, todos se recusaram a nos alugar uma casa. Até que um parente nosso nos cedeu um quarto que era usado para guardar ração dos cavalos. Era um quarto bem pequeno com muitos furos no telhado e extremamente quente. As paredes eram feitas de pequenos tijolos que, volta e meia, se desprendiam e caíam no chão. Eu sempre os recolocava tentando encaixá-los no lugar. As crianças vizinhas implicavam comigo dizendo que eu estava remendando a casa. Ficava muito envergonhado e chateado.

 

Tudo começou a mudar quando, finalmente, voltamos para Niterói, o bairro que eu amava, para os meus amigos, para a minha escola e para os meus irmãos. Finalmente pude abraçá-los e beijá-los. Estávamos todos felizes e em família novamente. Meus amigos, curiosos, me perguntavam o que havia acontecido com o meu pai. Eu dizia que tinha morrido porque havia quebrado um juramento. “Quero morrer se um dia quebrar minha promessa”. Eu repetia essa frase sempre que me perguntavam o motivo de sua morte.

 

Alguns anos mais tarde a minha mãe se casou novamente e pudemos, então, viver com um pouco mais de conforto e tranquilidade. Não que a vida estivesse mais fácil, muito pelo contrário, com todas as dificuldades do dia a dia, dos conflitos com o padrasto, segui com minha vida. Estudei, cresci, amadureci, me apaixonei e me casei.

 

Quando criança, eu conversava com Deus. Agradecia por tudo e pedia por mim e por minha família. Não perdi a minha fé. Mesmo nos momentos de aflições, de grandes dificuldades, eu acreditava que Ele tinha um propósito para minha vida. Minha esposa me deu dois lindos filhos, Júlia e Lucas e nessa mesma época me tornei Bombeiro Militar, profissão que abracei e que sempre tive muito orgulho de exercer. Foram 20 anos salvando vidas, me doando para a Corporação e para a população. Me orgulho de ter ajudado a salvar as vidas de muitos pais de família, de filhos, de mães e de irmãos. Aqueles que, infelizmente, não tive a chance de salvar, tinham pelo menos uma palavra de conforto, pois eu senti, na carne e na alma, a dor pela qual eles passavam.

 

Hoje, estou com meus 55 anos de idade, aposentado. Tenho minha família ao meu lado. Não acumulei riquezas, mas sou feliz com o que tenho. Moro próximo a praia, em uma apartamento bem pequeno, é verdade, porém aconchegante. Tenho amigos incríveis, pratico esportes e vivo a vida com otimismo e positividade. 

 

Luiz Fernando

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